terça-feira, 31 de janeiro de 2012

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Frase do dia

Diante desta pérola http://noticias.terra.com.br/brasil/fotos/0,,OI186314-EI306,00-PM+simula+ato+obsceno+com+estatua+de+vaca+em+SC.html sou obrigado a citar Pedro, após ouvir do Mestre que ele planejava adentrar Jerusalém no dia que veio a ser consagrado na cultura ocidental como Quinta-Feira Santa montado num jegue:

"Magrão, olha a cagada, acho que isso aí vai dar merda, velho..."

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Chiquinho (Cãozinho do focinho decepado) recebe alta e é adotado!

Chiquinho (Cãozinho do focinho decepado) recebe alta e é adotado!

Feliz 2012! Rumo a Londres! E "vamos tentar trazer alguma medalha para o Brasil"...

Estamos em 2012 e, dentro de poucos meses, serão disputadas as Olimpíadas de Londres. Pouco a pouco, a preparação dos atletas e das delegações e as previsões dos comentaristas vão tomando cada vez mais espaço nos noticiários esportivos. No Brasil, parte do foco futebolístico será certamente destinado à preparação da seleção olímpica de futebol, não tanto por conta da relevância da competição, mas muito mais porque se trata do único título do futebol mundial que o Brasil ainda não conquistou. Tenho que é por este motivo isolado, inclusive, que a competição olímpica desperta algum interesse no torcedor brasileiro e que da seleção deste esporte é efetivamente cobrada a medalha de ouro, ao contrário dos nossos demais times olímpicos. E é a falta cultural e institucional de cobrança de vitórias olímpicas e a hipócrita complacência com a derrota praticada pelos próprios atletas que é o foco desta coluna.

Eu reconheço que o desempenho geral do esporte brasileiro - expressão que, aqui, salvo quando expressamente previsto, não abrange o futebol association - , em Olimpíadas e fora delas, melhorou bastante desde que comecei a acompanhá-lo. Minhas primeiras lembranças esportivas remontam à medalha de ouro do Joaquim Cruz nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, quando eu tinha quatro anos. Lembro melhor ainda da prata dele em Seul-88, que pode ter deixado muita gente feliz, mas eu reagi como um legítimo torcedor derrotado revoltado de oito anos de idade. São pertinentes os parênteses, acho que este é um defeito meu: nunca me conformei com derrotas das equipes ou seleções pelas quais torço ou torci e a dor da derrota sempre superou a alegria da vitória, traduzida internamente mais como uma sensação de alívio por não ter perdido do que de satisfação por ter ganho. Minha mãe bem que tentou me ensinar que às vezes se ganha, às vezes se perde, que a vitória ou derrota do meu time não são mérito ou demérito, respectivamente, meu e que há coisas muito mais importantes na vida do que isso. É verdade, a mensagem era esta e a intenção dela, boa, mas o método pouco didático e ortodoxo do ponto de vista da pedagogia e nada sutil que ela empregou, provavelmente nutrido pela minha avó, que não conheci, mas ouço dizer que era uma legítima mamma italiana ultraconservadora, pobre, ignorante e educada à base dos joelhos no milho e do pau-de-macarrão, não foi muito eficaz. Mas, fora a reação às vezes chiliquenta, racionalmente, acho que tinha e tenho razão em não me conformar com a derrota, pois este inconformismo é o que faz com que o derrotado examine os motivos do seu insucesso e se impulsione à vitória futura. É uma frase meio piegas, mas nada nunca é definitivamente conquistado nem perdido. Professor Jigoro Kano, codificador do Judô, recomendava, muito mais eloquentemente que eu a "nunca te orgulhes de haver vencido a um adversário, ao que venceste hoje poderá derrotar-te amanhã. A única vitória que perdura é a que se conquista sobre a própria ignorância". Fechados os parênteses, desde aquela época, o vôlei começou a prosperar e é hoje talvez a melhor seleção do mundo; o judô é o esporte que mais medalhas conquistou em Olimpíadas para o País, é a única modalidade que produz medalhistas em todas as edições dos Jogos desde 1984, produziu dois campeões olímpicos e, mais recentemente, campeões mundiais, inclusive um bicampeão, João Derly. E no atletismo, ainda que se sobreviva de esporádicos e parcos talentos individuais, as proeminentes de hoje Fabiana Murer e Maurren Maggi entram em todas as competições disputando de igual para igual com qualquer adversária, a última inclusive sendo a atual campeã olímpica de sua modalidade, ao contrário dos ícones de outrora Robson Caetano e Zequinha Barbosa, que, ainda que respeitáveis, disputavam "honrosas" quintas colocações e olhe lá.

Entretanto, coloque-se um microfone na cara de qualquer atleta brasileiro nestes meses pré-Olimpíadas e mesmo durante os jogos e as frases feitas divergirão das "o futebol é uma caixinha de surpresas, mas professor nos preparou, a equipe treinou duro e, com a ajuda de Deus e nossos companheiros, conseguiremos o resultado positivo" dos futebolistas para as arrepiantes "nossa preparação foi muito dura e sofrida, foi muito difícil chegar aqui, é um sonho realizado, e vamos ver se a gente consegue trazer alguma medalha para o Brasil". A fala dos futebolistas é patética, mas ao menos evidencia uma intenção explícita de buscar a vitória. De fato, toda vez que o Brasil disputa uma Copa do Mundo e volta de mãos abanando, dos jogadores, comissão técnica e dirigentes são cobradas explicações. A imprensa e o povo exige um porquê do Brasil ter perdido. Já a dos demais esportistas, não. Denuncia, ao contrário, um odioso conformismo derrotista. O sujeito já começa se vitimizando de falta de apoio para justificar o desempenho pífio e avisa de antemão que qualquer medalha que vier é lucro. A peristaltia já se inverte quando alguma equipe brasileira milagrosamente consegue chegar a uma final olímpica, para os brados entusiasmados do Seu Bolacha, Luciano do Valle: "O Brasil é no mínimo PRATA!". Taí uma ingenuidade pueril que eu tinha e que hoje eu endosso: eu não conseguia entender a felicidade do Bolacha quando ele gritava isso no microfone. Eu juro que o meu serzinho pensava "pôxa, mas se o Brasil for prata, o Brasil vai perder! Perder não é bom!". E eu continuo pensando desta forma! Eu quero MATAR o Bolacha quando ele fala isso! É um absurdo! Como eu já disse, às vezes se ganha, às vezes se perde. É irrazoável esperar a vitória toda vez que se entra em campo, quadra, rinque ou coisa que o valha. Mas quem entra autojustificando a derrota, qualquer que seja o real ou eventual motivo concreto que se tenha para isso - falta de apoio, patrocinador que debandou, mulher que chifrou, o caralho a quatro ou a puta que o pariu - antes do apito inicial só não vai deixar de perder por milagre.

Verdade seja dita, o discurso derrotista dos atletas brasileiros é pertinente. Terceiromundista, mas pertinente. De fato, se nem o futebol, que literalmente para tudo no País, é profissionalmente organizado no Brasil, quem dirá o vôlei, o judô, o tae-kwon-do, o atletismo, o handebol e a pelota basca, sei lá. Isto já foi objeto de outra coluna minha, mas eu acho que devo reelaborar: o futebol brasileiro é a balbúrdia, bagunça, puteiro que descrevi porque seus protagonistas agem como detentores de um monopólio: eles não têm concorrentes no fornecimento de um produto que é considerado pela população como imprescindível. Então, o preço será não aquele determinado pelo encontro natural da curva de demanda com a de oferta, mas sim pela maximização da diferença entre faturamento e custo. O produto, por conseguinte, terá qualidade sofrível e nenhum estímulo para ser aprimorado. Ou seja, é por isso que, apesar de ter o apelo que tem junto à população, o futebol é corrupto e amadoristicamente administrado. Assim, se já o futebol não tem administração profissional, os demais esportes, menos ainda. Seus vetores de financiamento são naturalmente muito mais estreitos que aqueles do futebol por natureza. Então, quando reclamam da falta de apoio, os atletas estão enumerando um fato concreto, eles de fato não têm apoio. Mas a autocomiseração não fará com que eles o venham a ter.

Eu começo a entrar no ponto nevrálgico da minha coluna.

Não raro, o terceiromundismo dos nossos atletas é complementado por uma comparação com os Estados Unidos: "lá, os atletas têm mais apoio e estrutura, etc.", o que é mais do que válido, pois a afirmação é verdadeira. É fato concreto e quiçá notório que os Estados Unidos são a maior potência olímpica de todos os tempos. Eles competem em condições de igualdade com qualquer um e, portanto, com possibilidades amplas de vitória na grande maioria das modalidades. Não satisfeitos, na maior parte destas, eles entram como francos favoritos e em algumas delas - poucas, é verdade, me ocorre como exemplo agora somente o basquete - ainda reduzem a competição a uma mera formalidade, os demais países disputam a medalha de prata. São pouquíssimos os eventos em que eles são coadjuvantes. Enfim, é óbvio que o esporte por lá tem amplo "apoio" - leia-se investimento pesado - do qual se espera e obtém retorno. Mas, como é fornecido esse apoio?

Cabe comentar, antes disso, que os Estados Unidos foram rivalizados ao longo de toda a Guerra Fria pela União Soviética e passaram mais atualmente a ter na China um formidável adversário. Os atletas e seus resultados desses dois oponentes eram e são vetores de propaganda dos respectivos regimes, de forma muito mais explícita da União Soviética. Países comunistas, toda a riqueza produzida neles era ou é amealhada pelos respectivos estados. Passarei a adotar a União Soviética como exemplo para economizar tempo verbal, mas tudo o que for dito a respeito dela pode ser aplicado à China, com a adaptação da abertura capitalista nela operada, que não teve a mínima contrapartida política, o que, na prática, manteve a mesma mecânica de investimento no esporte. Enfim, o estado da URSS investia direta e pesadamente nos seus programas olímpicos para tentar demonstrar a superioridade do seu regime e da sua ideologia... Enquanto seu povo quase morreu de fome um sem-número de vezes ou recebia um salário de subsistência, tinha acesso a produtos de quinta categoria e serviços de última, sujeito a um estado obeso, corrupto e, afinal, insustentável. Como estou falando de esportes aqui, pode-se ter a impressão de que quero dizer que a URSS implodiu por conta do investimento estatal em esporte. Não. Ela implodiu porque todo e qualquer investimento realizado no país inteiro era estatal. Os óbvios déficits foram se acumulando ao longo de décadas e chegou uma hora que nem o estado soviético conseguia continuar a sangrar o próprio povo. E aí foi tudo a pique.

Já nos Estados Unidos, o estado nunca investiu diretamente um centavo sequer nos programas esportivos do país. Tudo parte da iniciativa privada: as escolas preocupam-se em manter equipes esportivas competitivas, pois quanto mais jogadores conseguirem bolsas para jogar pelas universidades, mais visibilidade a investidores elas terão, mais patrocínio e mais dinheiro, que é reinvestido nas próprias escolas e nos seus programas esportivos. Universidades, idem, em maior proporção, pois amealham mais interesse financeiro à medida em que produzem jogadores profissionais de ponta. E os times profissionais são empresas, que buscam o lucro como qualquer outra, que se estrturam nas ligas cujo objetivo é justamente viabilizar o maior lucro possível às suas equipes constituintes, como já expus na coluna que fiz comentando o nosso futebol. Toda essa estrutura estadunidense é concebida para praticar o capital pecado do lucro, mas sem o menor disfarce. Estou sendo irônico, caso não tenham percebido. O fato do esporte ter se tornado um negócio, ao menos no fenômeno deles, é BOM, pois o esporte gera lucro a partir de sua atividade-fim e assim ele se autoviabiliza. Volto mais uma vez à minha coluna do futebol, não como aqui, onde o negócio sobre o qual o esporte se estruturou é escuso e o verdadeiro dinheiro é feito por fora, ou seja, ilicitamente.

Já se estabeleceu a primeira diferença, então: os estadunidenses têm uma estrutura profissional e empresarial para o esporte em todos os seus níveis, enquanto que aqui nem o futebol tem isso. No discurso terceiromundista que eu venho repudiando desde parágrafos atrás, os atletas parecem ter a impressão de que as coisas "são" assim: "lá eles têm apoio, aqui, nós não temos", "lá, a estrutura é assim, aqui, não é", como se esses modelos tivessem sido não concebidos por seres humanos, mas sim ungidos, estabelecidos por algum ser superior e/ou fantástico. Estamos fadados a ter esta porcaria de esporte, enquanto que eles foram abençoados com o esporte que têm. Trata-se de um fatalismo com matrizes religiosocoloniais, mas que não vou abordar tanto aqui, nesta coluna. E é óbvio que isso é uma falácia do tamanho do mundo. A realidade é exatamente a que eu apontei, a estrutura que foi concebida lá teve por objetivo criar um negócio viável para que investidores honestos pudessem enriquecer, e eles não devem desculpas a ninguém por isso. Já aqui, trata-se de uma banca de jogo do bicho metida a besta, um bando de pseudomafiosos de quinta categoria que criaram (mais) uma forma de se locupletar do povão hipnotizado por um ópio (o futebol) que eles ainda conseguiram passar a impressão de que só eles podem fornecer.

Essa é uma. A outra diferença, também tomando por empréstimo trechos dos lamúrios dos nossos atletas, é a falácia de que "lá, há interesse pelos esportes. Aqui, só se tem interesse por futebol". Por interesse, neste caso, entenda-se apelo ao espectador e torcedor. Isso varia nos Estados Unidos de uma região para outra - no Estado de Minnesota, o hóquei no gelo talvez seja o esporte mais popular, por exemplo - mas, de uma forma geral, os esportes que geram mais interesse são, nessa ordem, futebol americano, beisebol, basquete e hóquei no gelo. Os três primeiros atraem espectadores em maior ou menor quantidade em diferenças marginais, enquanto que o quarto lugar do hóquei é um pouco mais distante. Mas eu estou falando de Olimpíadas aqui e, ainda que incluamos as Olimpíadas de Inverno, há somente duas modalidades olímpicas entre esses quatro grandes, e são as duas últimas. Ou seja, querer dizer que há interesse de espectador neste nível nos Estados Unidos para todas as modalidades em que eles possuem proeminência ou dominância é errado.

Então, como é que eles têm atletas de ponta em natação, ginástica olímpica, pólo aquático, judô, luta greco-romana, atletismo, ciclismo, esqui na neve, tênis, remo, etc., etc., etc.? Certamente não é por conta de interesse primário de espectadores. A resposta segue a trilha do que eu já falei: todas as modalidades fazem parte do mesmo negócio, são espécies diferentes do mesmo tipo de investimento. E o que gera maior retorno é a produção de equipes vencedoras. O estadunidense adora um vencedor, seja lá o que for que o sujeito tenha ganhado, pode ter sido um torneio de pôquer ou uma guerra. Se o cidadão vai lá, representando o país, e ganha, ele se torna uma celebridade e os patrocinadores abundam. Tudo bem, a cultura de dividir o mundo entre winners e losers própria deles tem seus contras. Nenhuma derrota é definitiva, como já disse, e essa visão do mundo é demasiadamente simplista. Mas ela também tem seus prós. Qualquer escola nos Estados Unidos que de repente percebe que um garotinho é super talentoso na pelota basca vai investir o que pode e o que não pode para desenvolvê-lo. O garotinho vai acabar numa prestigiosa boarding school, depois vai para a universidade, para a Olimpíada, ganha a medalha de ouro, vira celebridade nacional, ganha patrocínio, dinheiro, vira filme da Disney e o cacete. O pessoal aqui dá risada disso. O repentino status de celebridade do atleta da modalidade mais esquisita e o verdadeiro produto em que conseguem transformar o cara é visto por aqui como brega. E é. É MUITO brega, não é pouco. Mas, com mil raios, quanto dinheiro bom que essa breguice não gerou?! O sujeito saiu do cafundó do Judas, conseguiu estudar em universidade, ganhou uma profissão, foi para as Olimpíadas, ficou conhecido no mundo inteiro e ganhou um bom dinheiro. Escola e universidade que lucrou com ele. Estúdios de filmagem, idem. Tudo dinheiro limpo, contabilizado, não mais-valia de negociata enfiada em caixa dois. Então, quem é o esperto e quem é o otário, o estadunidense mais brega que Reginaldo Rossi com a cueca por cima da calça ou o brasileiro "esperto" dando risada da cara do molequinho ridículo em filme do Bambi?!

Pois aí está. Nos Estados Unidos, cria-se interesse pelo esporte não mainstream por meio da produção racional de equipes vencedoras. Os vencedores geram publicidade positiva, mais investimento e mais vencedores. E não é assim por conta de um golpe de uma varinha de condão, isso decorre de toda uma cultura cujo objetivo é realizar e diversificar a atividade econômica. Aqui, esse interesse não é criado pois os protagonistas do esporte brasileiro não têm interesse - redundância proposital - em ganhar dinheiro com a atividade esportiva-fim. Não é por falta de investimento do governo - ao contrário, repise-se a União Soviética, isso só pioraria a situação. Não é por falta de interesse dos espectadores, do qual não adianta se lamentar e esperar que ele caia do céu como uma dádiva. Dêem aos espectadores algo digno de ser visto, um vencedor, para variar, não um sujeito que chegue lá e se dê por satisfeito de ter chegado em décimo sétimo, que o interesse aparecerá. E, para conseguir produzir um vencedor que não esteja apoiado única e exclusivamente num raríssimo e gigantesco talento individual, não há segredo, crie-se uma estrutura empresarial genuína para o nosso esporte. Não queria tanto falar disso, mas é outro defeito que nós temos, volta e meia aparece um megatalento num esporte que não gera tanta publicidade que vira herói nacional por ter perseverado nas adversidades amparado no seu talento. Essas histórias são bacanas, mas esses talentos são raros. Repito, os Estados Unidos não são o que são no esporte porque têm mais dádivas de talentos do que nós, eles tem mais e mais racional investimento do que nós.

Além disso, o povo tem que aprender a não valorizar perdedor. Não estou falando que os atletas têm que ser recebidos no aeroporto como ovo podre, mas não dá para aguentar uma pessoa que é considerada um ícone do esporte brasileiro como a Hortência dar uma entrevista na véspera de uma final olímpica inédita na história do nosso basquete feminino e dizer que está "satisfeitíssima com a medalha de prata", com a boca cheia. Ela fez isso em 1996, nas Olimpíadas de Atlanta, em que o basquete feminino brasileiro disputou a final contra as donas da casa. Sim, claro, as estadunidenses eram francas favoritas e confirmaram o favoritismo, mas se a principal jogadora da nossa equipe estava com essa mentalidade, o time não tinha a menor possibilidade de ganhar. Essa frase prévia da Hortência transformou aquela que seria uma derrota como outra qualquer num papelão. E ela foi recebida no Brasil como heroína. Não lembro de ter visto uma nota sequer na imprensa na época repreendendo essa declaração dela, ao contrário. Outro papelão jamais decentemente explicado foi o fiasco na Copa de 1998, e a Seleção também foi recebida com pompa e circunstância. Ah, o futebol...

Nunca chegaremos a ser uma potência olímpica - o que seria simbólico de sermos uma verdadeira potência em todos os demais aspectos - confiando em esporádicos talentos individuais, na "divina" superioridade do nosso futebol, que já está capengando de novo, e muito menos entrando em competição com essa mentalidade imbecil de "tentar trazer uma medalha para o Brasil". Comecem não se contentando com prêmio de consolação, tanto atletas quanto público, que a coisa tenderá a melhorar. Perdedor tem que ouvir o velho "às vezes se ganha, às vezes se perde" e ser cobrado por aprender com a derrota e ter um desempenho melhor na próxima competição. Vencedor não pode ser tratado como deus, ter todos os pecados perdoados e tratada a sua vitória como definitiva, tem que ser cobrado pela manutenção do desempenho vitorioso. E, se perder, ser cobrado. Atleta olímpico brasileiro tem que tirar esse brilho nos olhos diante de uma medalha que não seja de ouro no peito, tem que valorizá-la pelo prêmio de consolação que é se apoiar nela para progredir. Temos que parar de nos contentar com pouco, não só no esporte, como em todos os aspectos da vida brasileira. E arregaçar as mangas e trabalhar para fazer dinheiro, sim, senhor.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Never fear, the governo is here...

Depois das pérolas "Copa do Mundo se faz com estádio, não com hospital" (Fiofofômeno) e "antes assediar em série moças bonitas e 40 anos mais jovens do que eu do que ser veado" (Silvio Berlusconi), devemos ficar na escuta para um representante da Prefeitura do Município de São Paulo soltar um "antes ter engenheiros que não saibam derrubar prédios do que engenheiros que construam prédios que caem!"????? http://folha.com/no1028640

Frase do dia

Reblogando e retuitando um post do blogueiro/vlogueiro Yuri Grecco - https://twitter.com/#!/Ygrecco
; http://www.youtube.com/user/EuAteu?feature=g-all-lik - eu aproveito para comentar emendando uma frase potencialmente proferida em aramaico por um dos espectadores hebreus do Sermão da Montanha: "taí, do caralho, curti!": http://t.co/ODBHegvs